"O seguinte artigo ESCOLA DOS ANNALES: A
INTRODUÇÃO DA “MULHER” NA HISTORIOGRAFIA pertence à Eliazar Lopes Damasceno¹ Eliseu
dos Santos Lima², onde os mesmos têm por objetivo descrever e compreender o que
foi a Escola dos Annales, enfatizando a terceira fase da geração, cuja qual
houve profundas mudanças culturais e ideológicas dos intelectuais da época,
além de abordar como ocorreu a introdução da mulher na historiografia, no
entanto o presente artigo será dividido em partes, ou seja, a cada post será
estudado um tópico do mesmo para que aos poucos querido leitor, você possa se familiarizar
com o assunto. Boa leitura!!!"
Escola dos Annales: a introdução da
"mulher" na historiografia

A
escola dos Annales foi um movimento que se deu por volta do século XIX, tendo
como principal força motora para o êxito desta corrente historiográfica os
idealizadores Lucien Febvre e Marc Bloch, que trouxeram para esse campo uma
nova abordagem no que se refere ao estudo de história, resultando em um grande
abalo nas já existentes correntes historiográficas da época, sendo elas: a
positivista e a marxista. Até então, apesar de alguns historiadores estarem em
lados opostos devido a filosofia de cada corrente supracitada, quando se
tratava de defender a escrita dos fatos que para ambos seria determinante e
merecedor de destaque no âmbito da historiografia, estes uniam forças e se
dedicavam para que assim acontecesse da melhor forma possível.
No
período em que foi criado, os Annales causou um profundo impacto nas chamadas
corrente historiográfica tradicionais da época, tudo isso porque os
propagadores desta nova abordagem vieram trazendo e fazendo algumas mudanças no
antigo método de produzir a história, principalmente em suas narrativas que
antes se faziam por meio de fatos marcantes, de ordem preferencial
sócio-econômico e político que passaram a serem desvalorizadas com o pós
Annales, tornando a forma de fazer história de uma forma diferenciada, através
de problematização destes acontecimentos, levando-os ao questionamento pelos
fundadores e seguidores desta nova corrente.
Marc
Bloch e Lucien Febvre tinham um alvo mais amplo e não estavam consentindo com
aquela idéia exclusivista das correntes historiográficas que se seguiam. Como
já relatara estas correntes priorizavam casos de grande repercussão e a isso se
limitava, enquanto Bloch e Febvre se relacionavam e buscavam uma integração com
outras ciências, diferentes da história. Assim, viu-se então uma necessidade de
fazer de forma não exclusivista, mas de integração, daí passa a se dar valor
aos pequenos acontecimentos, e foi trilhando esse caminho, que os Annales procuraram
uma integração com o social, não visto pelos historiadores das demais correntes
historiográficas, como fatos merecedores de uma análise. Por fim surge a necessidade
de fazê-lo ser conhecido através da escrita, e isso pode ser entendido quando
são analisadas as diretrizes que marcam esse movimento, e uma delas segundo
Peter Burke, é "a colaboração com outras disciplinas, tais como a
geografia, a sociologia, a psicologia, a economia, a lingüística, a
antropologia social ." (BURKE, 1991:12).
A
escola dos Annales fora dividida por alguns estudiosos em três períodos
distintos, desde o seu surgimento até onde as suas convicções já estavam mais
sólidas, podendo ser entendida como primeira, segunda e terceira geração. A
primeira geração que começa com os já citados Marc Bloch e Lucien Febvre
inicia-se por volta de 1920, com os movimentos de renovação da historiografia e
se prolongou até 1945. Para Burke esta fase "caracteriza-se por ser
pequeno, radical e subversivo conduzindo uma guerra de guerrilhas contra a
história tradicional, a história política e a historia dos
eventos."(BURKE, 1991:12)
A
segunda geração segundo Burke, foi uma fase com diferentes conceitos e novos métodos,
tendo Fernand Braudel como líder. Na terceira geração, podemos dizer que,
apesar da grande evolução, fora uma época difícil e conturbada, tudo porque a
escola estava sendo liderada por uma administração fraca, o que resultou em
sinais de desintegração por parte de alguns dos membros que a compunham e que
"solaparam o projeto pelo retorno á história política á dos outros
eventos" (BURKE,1991:79). Não obstante, houve aqueles que permaneceram
levando o projeto á sério, e aquilo que os seus fundadores tinham como
objetivo. Coube a esta geração ainda, introduzir a mulher á história, o que
causou para a classe feminina um efeito muito grande, não somente naquele
período, mas também alcançou até os dias atuais.
Sobre
a fundação dos Annales existem várias idéias fundamentadas onde para Jacques
Revel este movimento seria um "conjunto de estratégias, uma nova
sensibilidade, uma atividade que demonstra pouca preocupação com as definições
teóricas"¹, enquanto que o autor François Dosse, procura nos fazer entender
que este movimento surgiu em um "contexto de questionamentos das certezas
anteriores á segunda guerra [...] e não somente na evolução do historiador e
seus discursos desvinculado da realidade" (DOSSE, 2003:37).
A
escola dos Annales desde a sua criação ao seu apogeu causou especulações e
grandes mudanças no campo histórico, onde segundo Dosse:
"os
Annales propõe um alargamento do campo da história [...] acaba por orientar o
interesse dos historiadores para outros horizontes: a natureza, a paisagem, a
população e a demografia, as trocas os costumes..." (DOSSE, 2003:83).
Por
tanto, diante do que foi visto podemos concluir que o processo histórico em que
a Escola dos Annales se encontrou foi de grande importância para a nova
dinâmica em que os fatos puderam ser passados, causando grandes transformações
na forma em que estas narrativas eram realizadas, levando não somente a
observação dos fatos, como também a discussão e questionamento sobre o
ocorrido, além de ter dado grande contribuição para a inserção da mulher na
historiografia.
Disponível
em:
http://www.webartigos.com/artigos/escola-dos-annales-a-introducao-da-mulher-na-historiografia/54777/
acessos
em 25/01/2013
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